[..] Prefiro acreditar que o amor sem conotação romântica também pode justificar uma existência, que ele pode tornar uma pessoa, senão plena, ao menos leve e alegre, sem necessidade de buscas intermináveis. Mas não é isso que nos dizem livros, filmes, músicas,poemas. Se não amamos alguém, é uma vida vivida sem integralidade. Pode até ser uma vida boa, mas não uma vida que valha a pena ser contada. Diante desta sentença, fazer o quê: é ele que desejamos, é por ele que procuramos, é nele que queremos tropeçar,nem que seja aos 90 anos, nem que seja quando estivermos secos depois de fazer tanta burrada, nem que seja para durar três dias, nem que seja para nos fazer sofrer, nem que nos arrebentemos, como tantos se arrebentam em seu nome. Diz o personagem de García Márquez, torturado pelo amor: “Não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego”. Quem mais nos colocaria assim de joelhos? Sem amor, nos resta a paz.
Porém, uma paz sem gosto.

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